Raphael Carneiro, planejador financeiro, avalia se vale à pena ou não pagar o tributo à vista.
Os proprietários de veículos com placa final 4 têm até esta sexta-feira para pagar o valor integral do IPVA com 5% de desconto. O abatimento concedido pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz) é uma forma de incentivar o pagamento imediato, o que ajuda nas contas estaduais.
O benefício segue calendário divulgado previamente pelo órgão. Os proprietários de carro com placa 1, 2 e 3 têm agora apenas a possibilidade de pagamento parcelado, sem o desconto.
O pagamento deve ser feito, conforme orientação da Sefaz, em agência, caixa eletrônico ou aplicativo do Banco do Brasil, Bradesco ou Bancoob com o preenchimento do Renavam. Caso não queira pagar à vista, com o desconto dos 5%, pode fazer de forma parcelada. As datas para pagamento são as seguintes:
Diante do calendário de pagamentos, é possível fazer um planejamento para optar por quitar a dívida à vista ou não. Mas, nesse ponto, é que surge a dúvida: vale à pena fazer esse pagamento de uma vez para ter o desconto?
Avaliar situação
Segundo o planejador financeiro, Raphael Carneiro, antes de definir se vai ou não pagar o IPVA, ou qualquer outro tipo de imposto, à vista, é preciso ter conhecimento da própria situação financeira.
“Esse conhecimento prévio é o que vai permitir que a decisão seja tomada com melhor efetividade. E, nesse caso, cada um pode estar em três situações: dívidas, finanças equilibradas ou investimento com folga”, alerta Carneiro.
De acordo com o planejador, no primeiro caso, são as pessoas que estão com dívidas acumuladas. Não se encaixam aquelas que têm prestações dentro do orçamento mensal. “Se for o seu caso, não há mágica a fazer. Para evitar maior descontrole no orçamento, o melhor é fazer o pagamento parcelado e, ao longo do ano, buscar o equilíbrio do orçamento, que pode vir através de uma renda extra”, orienta.
No caso de estar com as finanças equilibradas, é importante avaliar a reserva financeira. “O que não pode acontecer é de o pagamento do IPVA acabar com essa reserva, por exemplo. Se a reserva for superior ao valor à vista, quite imediatamente. Caso contrário, não vale à pena eliminar a reserva e ficar desprotegido no restante do ano”, alerta.
Por outro lado, Raphael Carneiro explica que o terceiro ponto é o mais tranquilo dos três. “Com o orçamento controlado e possibilidade de até investir todo mês, não há cenário melhor do que aproveitar o desconto e pagar o IPVA à vista”, afirma.
Vale à pena?
O valor dos impostos, como o IPVA é, normalmente é divulgado com um valor parcelado e um desconto à vista. No caso do IPVA atual, o desconto é de 5%. Mas quem pagou o tributo em janeiro, também em cota única, teve um desconto de 10% do valor total. O IPTU de Salvador, por sua vez, concedeu desconto de 7% a quem quitou o imposto no começo do ano.
Raphael explica que, nesses casos, o valor real daquele imposto é o que é apresentado com o desconto. “O valor final, aquele pago parcelado, tem juros embutido. Então, ao possuir o montante necessário para o pagamento à vista, só não faz sentido aproveitar o desconto se tiver uma rentabilidade maior nos investimentos”, destaca o planejador.
Segundo ele, caso seu IPVA seja no valor de R$ 1 mil, o desconto de 5% dará a possibilidade de pagar R$ 950.
“Para que o parcelamento faça sentido, sendo que ele é feito em três meses, é preciso que tenha um investimento com retorno acima de 1,72% ao mês, o que é equivalente a 22,77% ao ano. Vale lembrar que a Taxa Selic, que orienta os juros no Brasil, está em 2,75% ao ano”, alerta.
Planejamento para 2022
Pode ser que o cenário atual não permita fazer o pagamento à vista do IPVA neste ano. Mas, tem tempo suficiente para fazer um planejamento e aproveitar os descontos no próximo anos.
“O orçamento mensal pode ser mais apertado do que você desejaria, por isso, nem sempre será possível separar um valor para quitar os impostos”, diz Raphael.
Segundo o planejador, o que pode ser feito nesse sentido é tentar, ao longo do ano, separar os valores necessários, mês após mês, para o pagamento no começo do ano seguinte.
“Outra opção é utilizar uma parte do 13º salário, caso já não esteja comprometido, para isso. Ter esse costume vai fazer com que seja criado o hábito de poupar, o que pode facilitar em diversas outras áreas da sua vida financeira”, conclui.
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