Delegada é afastada judicialmente por suspeita de envolvimento com quadrilha de roubos e clonagem de veículos na BA

Investigações apontam que delegada utilizava influência para facilitar crimes e forjou documentos para inserir pessoa ligada ao grupo em operações policiais. Operação Dublê foi deflagrada na manhã desta quarta (7) e resultou na prisão de um homem.

Armas, documentos, placas adulteradas e outros materiais foram apreendidos na Operação Dublê nesta quarta-feira (7) — Foto: Divulgação/PRF

Uma delegada da Polícia Civil da Bahia foi afastada judicialmente do cargo pelo prazo de um ano por suspeita de envolvimento com uma quadrilha responsável por roubar e clonar carros no estado. Ela foi alvo da “Operação Dublê”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (7).

Na ação, que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em Salvador e São Paulo, um homem apontado como chefe do grupo criminoso foi preso.

De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que atuou na operação, a delegada utilizava a influência que tinha em função do cargo para garantir a impunidade dos membros da quadrilha e facilitar a execução dos crimes.

Segundo o órgão, ela chegou a forjar documentos e colocar uma pessoa ligada ao grupo, acompanhando agentes nas operações como se também fosse policial, inclusive portando armas de fogo.

De acordo com o MP-BA, ela já havia sido afastada por 90 dias pela corregedoria da Polícia Civil depois da instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que prorrogou a punição por mais 90 dias. Já o afastamento judicial de um ano foi decorrente da operação.

O MP-BA não divulgou o nome da delegada, mas conforme apurado pela reportagem da TV Bahia, a delegada referente ao caso é Maria Selma Pereira Lima, ex-diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP).

Em 2020 o Ministério Público iniciou apurações de denúncias contra ela. Maria Selma foi investigada como suspeita de chefiar uma organização que cometia crimes contra o patrimônio e tráfico de drogas na Bahia.

A defesa da delegada informou que está recorrendo da decisão do afastamento do cargo e a busca e apreensão contra ela foi uma medida de “desespero” do Ministério Público, pelo fato de estar investigando há um ano e não ter conseguido prova alguma.

Disse ainda, que ela sempre esteve à disposição da Justiça para prestar esclarecimento embora tenha sido convocada somente uma vez.

Além do afastamento, a 1ª Vara Especializada em Crimes Contra a Administração Pública da comarca de Salvador definiu que a delegada seja proibida de acessar as dependências e aos sistemas da Polícia Civil, de se comunicar com outros agentes de segurança e utilize os serviços da Secretaria de Segurança Pública.

A operação ainda está em andamento e foram apreendidos armas de fogo, veículos com documentos adulterados, placas , módulos de veículos, diversos materiais para fraudar e adulterar veículos e documentos. Os agentes também apreenderam dispositivos conhecidos como “jammers”, usados para bloquear sinal de GPS, celular e rastreamento de veículos.

Participaram da operação o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP-BA, o Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (GEOSP), a Polícia Rodoviária Federal e a Corregedoria da Polícia Civil (Correpol).

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços de investigados em Salvador e em São Paulo — Foto: Divulgação/PRF
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços de investigados em Salvador e em São Paulo — Foto: Divulgação/PRF

Fonte: G1

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