Foram removidos vídeos publicados neste ano e no ano passado, nos quais o presidente defendia medicações sem comprovação científica para tratar a doença
O Youtube removeu nesta quarta-feira (21) vídeos publicados no canal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste ano e no ano passado, nos quais ele defendia o uso da cloroquina e da ivermectina no tratamento da Covid-19, apesar da comprovação científica de ineficácia de ambos os medicamentos contra a doença.
Em comunicado, a plataforma disse que, após análise cuidadosa, os vídeos foram removidos por violar as políticas do YouTube de informações médicas incorretas sobre a Covid-19. “Nossas regras não permitem conteúdo que afirma que hidroxicloroquina e/ou ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir Covid-19; garante que há uma cura para a doença; ou assegura que as máscaras não funcionam para evitar a propagação do vírus”, informou o YouTube.
“Essas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos nossas políticas conforme as mudanças nessas orientações. Aplicamos nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem seja o produtor de conteúdo ou de visão política”, reforçou a empresa.
Procurada, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência não respondeu até a publicação da reportagem.
Ao analisar o conteúdo do canal do presidente no YouTube, a Reuters confirmou a retirada do ar de vídeos das transmissões ao vivo que Bolsonaro tradicionalmente faz às quintas-feiras.
Um dos vídeos removidos era uma live do dia 27 de maio, em que Bolsonaro sugeriu que se tome chás usados por indígenas para combater a Covid-19 e fez novamente uma defesa enfática da cloroquina e de outros medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus.
Essa transmissão do presidente ocorreu a partir de Matucará, no Amazonas, onde Bolsonaro cumpriu agenda pública em que visitou comunidades indígenas. “Este vídeo foi removido por violar as diretrizes da comunidade do YouTube”, diz uma mensagem para quem, agora, tenta assistir ao vídeo na plataforma de vídeos da Alphabet.
Fonte:CNN