Mesmo desfigurada em razão dos problemas com as convocações, a seleção brasileira venceu o Chile por 1 a 0 na noite desta quinta-feira (2), no Estádio Monumental, em Santiago. Everton Ribeiro marcou o gol da vitória.
Com o triunfo na capital chilena, a equipe do técnico Tite manteve os 100% de aproveitamento na atual edição das Eliminatórias. Líder com 21 pontos, tem seis de vantagem sobre a segunda colocada Argentina, adversária dos brasileiros na próxima rodada.
No último encontro entre os rivais, o time argentino levou a melhor na final da Copa América deste ano, no Maracanã, com gol de Ángel Di María que encerrou um jejum de 28 anos sem títulos para o país. Também nesta quinta, os comandados de Lionel Scaloni foram à Venezuela e venceram os donos da casa por 3 a 1.
A vitória em Santiago fez com que o Brasil evitasse sua primeira sequência de dois jogos sem vencer por competições (não são considerados os amistosos) desde 2017, quando somou, já garantida na Copa do Mundo da Rússia, empates consecutivos com a Colômbia (1 a 1) e a Bolívia (0 a 0) na reta final do classificatório sul-americano.
Apesar de terem sido disputados em sequência, o revés diante da Argentina e o triunfo diante dos chilenos no Monumental não cabem exatamente na definição da palavra “continuidade do trabalho”. Isso porque, além do período de quase dois meses entre um compromisso e outro, os planos de Tite precisaram ser modificados por conta das convocações frustradas.
Da lista inicial para esta rodada tripla de Eliminatórias, o gaúcho não pôde contar com nove jogadores da Premier League. Esses atletas não foram liberados por seus clubes para virem à América do Sul em razão dos protocolos de quarentena para o retorno à Inglaterra, que os tirariam de ação na liga inglesa por muitas partidas.
Um dia antes da viagem ao Chile, Tite também perdeu Claudinho e Malcom, que receberam ordem do Zenit (RUS) para retornar à Rússia. Além da dupla, Matheus Nunes, jogador do Sporting (POR) que havia sido chamado após o veto dos convocados da Premier, também não se apresentou à seleção. O atleta estuda a possibilidade de defender Portugal.
Com tantos problemas para montar a equipe, o que se viu em Santiago foi resultado da preparação problemática.
Tite mandou a campo um time alternativo no 4-4-2, com Bruno Guimarães ao lado de Casemiro no meio, Lucas Paquetá e Vinicius Junior abertos pelos lados do campo e Gabigol com Neymar na frente. Paquetá, que começou pela direita, veio para o lado esquerdo dar suporte a Alex Sandro contra as subidas do lateral chileno Isla.
O Chile buscou se aproveitar da desorganização brasileira e comandou as ações, mas parou em Weverton, que ganhou pontos com a atuação segura na ausência dos dois goleiros que estão à sua frente na hierarquia, Ederson e Alisson, barrados da convocação por Manchester City e Liverpool, respectivamente.
Na etapa final, Tite mandou a campo Everton Ribeiro e Gerson, companheiros de Flamengo até a ida do último para o Olympique (FRA). Coube a outro colega rubro-negro de Everton, porém, a participação no gol da vitória.
Gabigol saiu da área, segurou a bola no lado direito e esperou a passagem de Danilo, que carregou pelo meio da defesa e tocou para Everton Ribeiro. O meia serviu Neymar, que finalizou em cima de Bravo, mas o flamenguista acompanhou o lance e aproveitou o rebote para decretar a vitória em solo chileno.
HILE
Claudio Bravo; Paulo Díaz (Palacios, aos 23/2ºT), Gary Medel e Maripán; Isla, Aranguiz (Valdés, aos 32/2ºT), Erick Pulgar, Arturo Vidal e Mena; Eduardo Vargas e Iván Morales (Jiménez, aos 37/2ºT). T.: Martin Lasarte
BRASIL
Weverton; Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães (Gérson, no intervalo) e Lucas Paquetá; Vinicius Jr. (Everton Ribeiro, no intervalo), Neymar e Gabigol (Matheus Cunha, aos 32/2ºT). T.: Tite
Estádio: Monumental David Arellano, em Santiago (Chile)
Juiz: Diego Haro (Peru)
Cartões amarelos: Iván Morales, Erick Pulgar, Maripán (Chile); Bruno Guimarães, Marquinhos, Gérson (Brasil)
Gol: Everton Ribeiro, aos 18 minutos do segundo tempo
Fonte: BN