Inflação pesará mais no bolso do consumidor em 2022, prevê projeção de 5,50%

2022 segue como o segundo ano com o rompimento da meta de inflação, que não deveria ultrapassar os 5%

Foto: Reprodução

Os economistas e interlocutores do mercado financeiro preveem para 2022 estimativa de inflação no país que ultrapassa 5%. Antes do último anúncio, a projeção subiu pela quarta semana consecutiva, o que fez com que a média das previsões para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) alcançasse 5,50%, ante 5,44%.

Com um prognóstico pessimista já no primeiro semestre, 2022 segue como o segundo ano com o rompimento da meta de inflação, que não deveria ultrapassar os 5%.

“O aumento da inflação é sempre uma preocupação para o brasileiro e reflete na hora de consumir. Com a expectativa da alta inflacionária, o consumidor precisa estabelecer prioridades em suas compras”, afirmou André Luís Barbosa dos Santos, contador e presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA).

Já para o próximo ano, o mercado financeiro estabeleceu a expectativa inflacionária em 3,50%. O cálculo também já está acima do centro da meta, de 3%. No entanto, a projeção permanece dentro do limite superior para o ano, de 4,5%. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015. Para 2024, o mercado também elevou a projeção de inflação para 3,04% ante os 3% projetados na semana passada.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, analisou em carta aberta divulgada que a alta nos preços de commodities, da energia e falta de insumos levaram o Brasil a superar a meta estabelecida.

“Com a alta e baixa da inflação, a relação direta é definida com a quantidade dos produtos a serem consumidos em virtude dos seus valores que sofrem variações. Consideramos uma inflação ideal para a realidade do Brasil em torno de 2%”, completa André Luís Barbosa.

O mercado financeiro também elevou a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, para este ano. A projeção para a Selic é de 12,25% ao ano, ante os 11,75% ao ano projetados anteriormente. A taxa de juros alcança pela primeira vez dois dígitos após quatro anos e meio.

“A alta da taxa de juros e o encarecimento dos financiamentos provocam imenso desestímulo ao consumo das famílias, assim como aos investimentos dos empreendedores. A elevada taxa de juros não sinaliza bons momentos para os negócios, pois não favorece a produção e o consumo. Já os consumidores passam a comprar menos e as empresas diminuem na produção, consequentemente há um aumento no desemprego”, destaca o presidente do CRCBA.

Para o final de 2023, a expectativa do mercado financeiro é que a taxa Selic permaneça estável em 8% ao ano. E para 2024, a previsão é da Selic em 7,25% ao ano, ante os 7% da projeção anterior. “Os investidores buscam maiores taxas para aplicar e, consequentemente, o mercado fica com menos dinheiro em circulação, provocando uma baixa nas relações de consumo”, finaliza André Luís Barbosa.

Fonte: Jornal dia a dia

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