Ao descobrir que tinha “dinheiro esquecido” no banco, a aposentada fez planos
Aos 83 anos, a aposentada Antônia Campos, que mora em Natal, fez muitos planos ao saber que tinha dinheiro esquecido em algum banco, após os filhos consultarem o sistema aberto pelo Banco Central no mês passado.
O principal desejo era trocar de carro. Mas a ideia foi frustrada ao descobrir o valor, nesta segunda-feira (7): apenas R$ 2,82, de um consórcio que ela havia iniciado, mas conta que abandonou após uma briga em uma reunião, muitos anos atrás.
De acordo com o Portal G1, dona Antônia achou que receberia dinheiro de poupança confiscada no período do governo Collor:
“Fiz tanto plano, disse que ia troca meu carro, porque o meu é pequeno demais. Gravei o dia para saber logo, mas onde já se viu banco guardar dinheiro de alguém de graça?”, questiona.
Dona Antônia achou que o dinheiro a receber poderia ser alto, porque lembrou de poupanças que tinha na época do governo Collor, quando os recursos foram confiscados pela União. Ela conta que havia guardado o dinheiro da venda de uma casa e achava que seria dessa vez que veria o recurso novamente.
“Eu pensava: será que eles vão pagar o dinheiro da poupança? Pagaram nada”, diz.
Apesar da “surpresa” quanto ao valor que tem a receber, ela diz que prefere trabalhar para ganhar seu dinheiro. Conta que trabalhou vendendo bolos, cocadas e até joias de ouro, e que só parou por causa da pandemia, mas ainda ainda pretende voltar, apesar dos filhos preferirem que ela descanse.
Dona Antônia ainda dá dicas aos novos comerciantes: “é mais vantajoso vender cocada que ouro, porque a comida ninguém devolve”.
Dona Antônia ainda dá dicas aos novos comerciantes: “é mais vantajoso vender cocada que ouro, porque a comida ninguém devolve”.
Consulta
Os brasileiros com algum dinheiro ‘esquecido’ nos bancos podem conferir o valor dos recursos e pedir o resgate a partir desta segunda-feira (7). São R$ 4 bilhões que serão pagos a 28 milhões de clientes – 26 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de empresas, segundo o Banco Central.
Entre os dias 7 e 14 de março, as consultas e pedidos de resgate serão liberados apenas para as pessoas nascidas antes de 1968 e para as empresas criadas antes deste mesmo ano. Depois, entre 14 e 18 de março, é a vez de quem faz aniversário de 1968 a 1983. Por último, entre os dias 21 e 25 de março, o dinheiro estará disponível para quem nasceu após 1983.
O horário de pagamento varia: vai das 4h às 14h e das 14h às 24h, segundo o Banco Central. Caso não compareça no site na data e hora indicadas, o cidadão terá direito à repescagem, que ocorrerá nos sábados. Para nascidos antes de 1968, a repescagem é no dia 12. Aniversariantes de 1968 a 1983 podem tentar o resgate no dia 19 e, para quem nasceu após 1983, a repescagem é no dia 26.
Quem perder essas datas poderá voltar ao sistema a partir do dia 28 de março. Segundo a instituição monetária, o dinheiro seguirá guardado para seu proprietário.
Quando o Banco Central anunciou, em janeiro, que liberaria R$ 8 bilhões em valores esquecidos pelos brasileiros, o sistema saiu do ar após a explosão no número de acessos e só voltou a funcionar no mês seguinte.
O suspense se manteve quando a consulta foi liberada novamente, em 14 de fevereiro: não era possível saber o valor, apenas se havia dinheiro a ser recuperado ou não.
Nesta segunda (7), começou a ser liberado o valor que cada pessoa ou empresa tem para transferir. A expectativa é grande, mas, em muitos casos, o dinheiro era pouco e há relatos de quem encontrou apenas centavos esquecidos nos bancos.
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