Embora índices da pandemia sejam animadores, prefeito Bruno Reis (UB) diz esperar a decisão do Governo do Estado para bater o martelo
Enquanto aos poucos a vida vai voltando para algo minimamente perto do normal, a retirada do uso de máscaras de proteção ainda deixa o povo dividido: se alguns acham que já passou da hora, outros são mais comedidos e preferem esperar a transmissão baixar ainda mais.
E Salvador pode ser a próxima cidade a liberar a circulação em ambientes abertos sem o equipamento. Durante uma coletiva realizada nesta sexta-feira (25), o gestor da capital baiana Bruno Reis defendeu que existe total condição para a retirada da obrigatoriedade de uma forma segura. “A opinião do prefeito é de que já teríamos condições de retirar as máscaras em todos os ambientes”, disse.
A boa onda dos indicadores da pandemia está entre os pilares que motivam a flexibilidade. No momento, Salvador permanece com taxa de ocupação nos leitos de UTI adulto de 20%, com 38 leitos ocupados, e 687 casos ativos de acordo com dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).
A vacinação contra a Covid-19 também ajuda: o município conseguiu atingir 92% da população com duas doses ou dose única, e 56% com a dose de reforço. Esse quadro é muito diferente do visto em fevereiro, momento em que as UTIs chegaram perto dos 80% e a unidade de referência do Laboratório Central de Saúde da Bahia (Lacen-BA) no Horto Florestal teve um ‘congestionamento’ de isopores com testes de Covid.
Contudo, Bruno diz esperar um parecer do Governo do Estado para fechar a decisão. “Vocês sabem que tem um decreto estadual que se sobrepõe ao municipal. Caso o governo opte por transferir essa decisão aos municípios, como alguns Estados fizeram, eu de imediato irei retirar as máscaras”, afirmou o prefeito.
Até agora, as cidades de Mata de São João, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus, Vitória da Conquista e São Gonçalo dos Campos flexibilizaram o uso, a maioria para ambientes abertos. O governador da Bahia Rui Costa (PT) já havia dito em entrevistas que esperaria até o mês de abrilpara fazer a liberação em nível estadual. Ele voltou a afirmar que analisa os indicadores para bater o martelo.
“Se os números continuarem caindo, de internados e de contaminados, a gente vai liberar”. A Bahia terminou a semana com uma ocupação de 19% na UTI adulta, e 1.432 pessoas ainda lutando contra a Covid-19.
O coordenador do setor de Infectologia Hospitalar do Hospital Aeroporto Antônio Bandeira acredita que embora as máscaras continuem cumprindo um papel importante no combate à pandemia, já é possível se pensar na desobrigação em locais abertos, priorizando seu uso em lugares fechados, sobretudo em ambientes com alta densidade de pessoas, como ônibus e metrô.
“Em ambientes externos, ela já tem uma utilidade muito menor. Se você estiver num ambiente externo, não tem como se contaminar com a Covid se você não se aproximar de outra pessoa.
E em segundo lugar, depois de dois anos de utilização de máscaras, a gente já tem que racionalizar onde o uso da máscara efetivamente tem mais impacto”, explicou o infectologista. “Nesse momento, não há por que as pessoas utilizarem máscaras em ambientes externos como se isso fosse uma necessidade fundamental de prevenção à Covid”, argumentou Bandeira, elencando o progresso na vacinação e a maior ventilação de locais abertos para concordar com a liberação.
Fonte: A Tarde