De 2006 a 2018, o índice saltou sete pontos percentuais nas eleições presidenciais e passou de 18% para 25%
O desinteresse do brasileiro pelo voto cresceu nos últimos anos, segundo dados coletados pelo Instituto Votorantim em bases da Justiça Eleitoral, sintetizados no estudo “Alienação Eleitoral no Brasil Democrático” e obtidos pelo Estadão. De 2006 a 2018, por exemplo, o índice saltou sete pontos percentuais nas eleições presidenciais e passou de 18% para 25%.
Chamado de alienação eleitoral, o fenômeno reúne a soma das abstenções passiva, ou seja, quando o eleitor deixa de comparecer à votação, e ativa, representada pelo total de brancos e nulos. No Brasil, o voto é obrigatório e o comparecimento às urnas, que gira em torno de 75%, apesar do resultado, ainda é considerado alto quando comparado com países latino-americanos. No Chile, por exemplo, a taxa foi de 50% em 2018. Por sua vez, Costa Rica e México chegaram a 65%.
Segundo o levantamento, de 1998 a 2002, houve um forte processo de queda na alienação, em meio ao cenário de implementação das urnas eletrônicas, o que fez reduzir os votos brancos e nulos, além da queda da abstenção devido à participação ativa de eleitores. A região Sudeste teve o maior crescimento da taxa – enquanto todas as outras são caracterizadas ou por estabilização da curva de abstenção passiva (Sul e Centro-Oeste) ou por tendência de queda (Norte e Nordeste), o Sudeste enfrenta aumento lento, mas consistente.
No Sudeste, a taxa de eleitores que não foram às urnas passou de 17,2% para 21,6% no período. Por sua vez, votos brancos e nulos saltaram de 7% para 9,4%.
Já na escolha para deputados federais, em todo o País, o crescimento foi de dez pontos, saindo de 27%, em 2006 para 37% em 2018. Os maiores índices de alienação ficam por conta das eleições ao Senado: 26,4%. Em 2006, 32,7% das pessoas adaptas a votar não escolheram um senador.
Fonte: A Tarde