Golpes usando o Pix crescem e já trouxeram prejuízo de cerca de R$ 900 milhões, estimam bancos

Foto: Sidney Falcão

Reportagem originalmente publicada no Jornal da Metropole em 11 de agosto de 2022

Praticamente todo mundo conhece alguém que já sofreu um golpe virtual. Se não conhece, talvez tenha sido a própria vítima. O fenômeno tem crescido tanto no Brasil que, em 2022, os bancos estimam que o prejuízo desses golpes alcance os R$ 2,5 bilhões. Até junho deste ano, as fraudes bancárias chegaram a R$ 1,7 bilhões e, desse montante, R$ 900 milhões referiam-se a golpes via Pix.

O especialista em direito digital, Alisson Souza, analisa que o Pix criou um fluxo de transações acima da capacidade que os bancos possuem de acompanhá-las.

Souza acrescenta que antes, com as transferências via Doc ou Ted, as transações demoravam mais tempo para serem processadas. “Isso dava tempo da pessoa confirmar, mandar comprovante, etc. O dinheiro ficava retido na agência até ser confirmada a transação bancária”, explica.

Essa instantaneidade tem sido uma aliada para bandidos. Nas redes sociais, viralizam relatos de pessoas que tiveram o celular roubado e, com acesso aos aplicativos de banco, os criminosos zeraram contas e até realizaram empréstimos.

Em uma das threads – espécie de sequência de postagens feita no Twitter – mais famosas sobre invasão de conta bancária, o usuário Bruno de Paula, viu mais de R$ 143 mil ser gasto em seu nome, em meio a empréstimos, pagamentos de boletos pelo Banco do Brasil e Nubank, e até pedidos de bebida no iFood.

Depois de seu relato alcançar mais de 154,9 mil curtidas, Bruno conseguiu o estorno dos valores roubados. Mas para quem não tem o mesmo alcance, o final nem sempre é feliz.

Invasão de contas

Com relação à invasão de contas bancárias após roubos de celulares, os bancos digitais despontam nas reclamações online, segundo o site Reclame Aqui. Com 299 reclamações no primeiro semestre de 2022, o Nubank aparece no topo da lista, seguido por Mercado Pago e PicPay.

Procurado pelo Jornal da Metropole, o Nubank disse que o ranking do Reclame Aqui não leva em conta o número total de clientes ativos. A fintech disse ainda que o Nubank seria a empresa com menos reclamações junto ao Banco Central, regulador das instituições financeiras no Brasil.

Quando perguntada, porém, sobre quais eram os mecanismos de segurança que o Nubank oferece aos clientes, a empresa encaminhou um link para o blog da fintech, com dicas de segurança aos usuários.

Para Souza, existe uma forma muito mais simples de se solucionar as fraudes: através de uma boa comunicação com os clientes. “O banco não pode se eximir da responsabilidade. Precisa prestar todo suporte e ajuda. Se for possível reter, ou informar a outra instituição financeira para fazer o bloqueio cautelar da transferência”, afirma.

O advogado reitera que o consumidor que sofrer uma tentativa de golpe precisa acionar o seu banco e o Banco Central primeiro para que, caso necessário, possa se entrar com uma ação na Justiça com provas de que houve descaso pela instituição.

Fonte: Metro1

Next Post

Polícia recupera caminhão furtado e desmantela desmanche clandestino de veículos no interior da Bahia

Qui Ago 11 , 2022
Em ação conjunta, as Polícia Rodoviária Federal, Civil e Militar realizaram, nesta última quarta-feira (10/8), em Caetité – a 637 km de Salvador -, uma operação de combate a roubo de veículos de cargas e comercialização ilegal de peças veiculares. O flagrante aconteceu após um trabalho de investigação das forças de segurança. As equipes identificaram durante […]

Postagens