A Petrobras anunciou, nessa terça-feira (28/02), corte de 3,9% no preço da gasolina em suas refinarias, e de 1,9% do diesel. A medida foi adotada para compensar o retorno dos impostos federais (PIS, Cofins e CIDE) sobre o combustível, que retomam a partir de hoje de, R$ 0,47 para a gasolina e de R$ 0,02 para o etanol, conforme anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo a estatal, a gasolina em suas refinarias passará a custar R$ 3,18 por litro, cerca de R$ 0,13 por litro a menos do que o valor vigente atualmente. O diesel, por sua vez, sairá das refinarias da estatal ao preço médio de R$ 4,02 por litro, R$ 0,08 abaixo do valor vigente até esta terça-feira.
Na última semana, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina comum estava sendo vendida em Fortaleza ao preço mínimo de R$ 5,49, enquanto o etanol estava sendo comercializado a preço mínimo de R$ 4,19. Com a redução, o preço da gasolina deve ser de, em média, R$ 5,83, e o diesel R$ 4,13.
“Essas reduções têm como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos”, disse a empresa.
A redução do preço foi negociada em reuniões entre o comando da estatal e representantes do governo federal. “O papel fundamental da Petrobras na busca de soluções para o país ao longo da história da empresa, além de reafirmar o valor e o respeito dado pelo Governo Federal à independência e às devidas regras de governança seguidas pela empresa”, disse a empresa.
O uso da estatal para minimizar o impacto da volta dos impostos foi confirmada no fim da noite pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que a política de preços da empresa tem um “colchão”, que permite reduzir ou elevar os preços. “Ele pode ser usado”, disse.
O impacto dos cortes nas bombas, porém, é bem inferior ao valor dos impostos federais antes da desoneração. Considerando que a gasolina vendida nas bombas tem 27% de etanol, o corte da Petrobras representa queda de R$ 0,10 por litro no preço final. Os impostos federais sobre os combustíveis representavam R$ 0,69 por litro.
Ainda assim, o economista Ricardo Coimbra, conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), acredita que o consumidor vai sentir pouco no bolso o aumento do imposto. “Esse aumento está dentro do contexto da desoneração adotada no ano passado, de modo que já havia previsão orçamentária para o retorno da cobrança. Ocorre que a Petrobras estava comercializando o combustível em valores de 8% a 9% acima do patamar internacional, logo, havia margem para a redução, e foi o que ocorreu. É um movimento simultâneo, e assim o impacto será menor para o consumidor”, disse.