Prefeitura Municipal de Alagoinhas promove Encontro de Nações do Candomblé e Homenagem ao Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas

Foto: Roberto Fonseca

Em homenagem ao Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas (Lei 14.319/2023, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, definindo o dia 21 de março como data comemorativa dessas tradições e da nação do Candomblé), a Prefeitura Municipal de Alagoinhas, por intermédio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), promoveu o Encontro de Nações do Candomblé. A ação teve o apoio do Conselho Municipal para o Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente de Alagoinhas, que se responsabilizou pela programação específica da comunidade. O evento aconteceu na Praça Conselheiro Rui Barbosa, nos dias 25 e 26 de março.

O sábado (25) foi dedicado à Capoeira – reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O evento dessa noite foi enriquecido com a participação especial da cantora Nanda Lins, “uma mulher negra que canta muitíssimo bem e fez um show maravilhoso”, elogiou a Secretária Iraci Gama. Segundo ela, as cores da África foram a principal referência na representação simbólica trazida na ornamentação. Ela também ressaltou a qualidade da produção, com um som de primeira linha, palco principal e toldos montados para as apresentações e exposição das vestimentas tradicionais da religião do candomblé.

O domingo (26) teve três momentos especiais: o Xirê de Rua, os cânticos tradicionais com o Babalorixá Lucas Gogó de Ouro e a apresentação artístico-cultural da Cia. Mágica Bahia.

Palavra Yorubana que significa roda ou dança, o XIRÊ é uma estrutura sequencial de cantigas para os orixás, que, quando executado na rua, adquire um sentido profano e reúne adeptos, amigos e simpatizantes do Candomblé. “Hoje é um dia muito importante para o nosso povo preto do Axé. Muito mais do que a tolerância, nós queremos ser respeitados”, disse a Iyalorixá Mãe Rosa, contando um episódio em que teve sua Casa invadida por adeptos de outra religião. “Isso não vai mais existir porque agora temos o nosso direito garantido, por isso estamos comemorando essa data maravilhosa, 21 de março”, completou Mãe Rosa, lembrando a importância da legislação sancionada pelo presidente Lula. “Que Deus nos proteja e Exú dê caminho a todos, é ele quem dá comunicação e reúne todo o meu povo para celebrar esse momento maravilhoso!”, finalizou a Iyalorixá.

Lucas iniciou sua apresentação com cânticos sagrados e depois fez um belo show com músicas de Axé, acompanhado ao violão pelo conhecido músico alagoinhense Anderson Xará. “Lucas encantou os presentes, com seu jeito especial de interpretar e pela presença cênica. O terceiro momento do domingo foi protagonizado pela Cia. Mágica, que fez uma apresentação coreográfica de muito volume de conteúdo simbólico, de beleza plástica, com passos, ritmos e cores, muito belos e fascinantes. E ao final, a cantora continuou no palco e os dançarinos vieram para o meio do povo, na Praça, dançando junto, estimulando as pessoas para dançar e fazendo muitas fotos. Esse show foi o presente da SECET para a comunidade homenageada, que agradeceu bastante, pela beleza e grandeza do espetáculo”, descreveu a Secretária Iraci Gama.

“A SECET dá continuidade a um trabalho que temos feito desde o início da gestão de Joaquim Neto, em 2017, buscando e promovendo a valorização dessas nossas raízes africanas, a exemplo do mapeamento dos terreiros que garantiu aos praticantes dessa religião a insenção do IPTU pela apresentação do certificado como “Templo Religioso”. Também foi iniciado o resgate do samba de roda, que desde o ano passado tem contado com o apoio direto da Secretaria de Educação. E o suporte para a Capoeira de Alagoinhas, com a participação efetiva da Vereadora e capoerista Juci Cardoso, empenhada nas questões referentes às comunidades afrodescendentes”, frisou a Secretária Iraci Gama.

Até então, 103 terreiros foram identificados. “Além de um espaço físico, os terreiros são também espaços simbólicos, patrimônio material e imaterial da nossa tradição cultural. Realizar esse evento é uma forma de sintetizar, em dois dias, um conjunto de ações que a gente vem realizando há 6 anos”, arrematou Iraci agradecendo ao Dr. Cleber Almeida, presidente do Conselho Municipal para o Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente de Alagoinhas por seu empenho, obstinação e respeito aos propósitos desse Conselho, que visa destacar e valorizar a comunidade negra em Alagoinhas.

Fotos: Roberto Fonseca

Fonte: SECOM Alagoinhas

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