Bebê morre após parto normal forçado na Bahia, diz família

Levi Ribeiro de Jesus Santos veio a óbito com 15 dias de vida, no Hospital da Mulher

Foto:Reprodução

Um bebê morreu em Feira de Santana, no centro-norte da Bahia, no domingo (25), após apenas 15 dias desde seu nascimento, no dia 10. A família de Levi Ribeiro de Jesus Santos, que passou todo o período na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Mulher, acusa a instituição de negligência médica e violência obstétrica.

Segundo o pai do recém-nascido, o comerciante Jairo Silva, de 43 anos, os médicos forçaram a realização de parto normal — a mãe, a auxiliar de produção Michele Ribeiro, 44, tem platinas instaladas em uma das pernas e um dos punhos, em razão de um acidente. “Ela não pode se submeter a certos tipos de posições e estava sendo acompanhada por outra médica, que falou que ela teria que fazer parto cesáreo”, contou Jairo ao CORREIO.

A informação, porém, foi ignorada pela médica responsável por assistir o parto. “Ela disse que iria provocar o parto normal e que o procedimento no hospital era como eles queriam, e não como estava escrito no documento”, detalha o pai de Levi, que descreve o parto como uma ‘sessão de tortura’.

“Ela começou a introduzir remédio em minha esposa, pra dilatar o colo do útero. Assim, como não obteve êxito, ela aumentou a dose a ponto de minha esposa ter uma inflamação no colo do útero”, continuou o homem. “Ela [Michele] começou a sentir dor na perna e no punho e perdeu as forças.”

A partir daí, diz Jairo, foram feitos cortes de segundo grau em Michele. “Mesmo com esses cortes, ela não obteve êxito na monstruosidade que estava fazendo e teve que chamar outra médica”, afirmou o comerciante, tendo se recordado de que Levi nasceu sem demonstrar sinais vitais, como choro.

Na certidão de óbito do recém-nascido consta que a causa foi um choque séptico. Segundo Jairo, um médico lhe explicou que seu filho tinha sido asfixiado durante o parto. Além disso, um exame feito no hospital constatou uma lesão na cabeça de Levi, que também teria sido causada naquele momento. “No dia 8, a gente chegou na maternidade do Hospital da Mulher munido de todos os documentos que comprovavam que meu filho estava com saúde”, relembra o pai.

O que diz a instituição responsável pelo hospital

Por meio de nota, a direção da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, responsável pela gestão do Hospital da Mulher, afirmou “lamentar profundamente o ocorrido e prestar solidariedade à família”, o que é negado por Jairo Silva.

“Assim que tomamos conhecimento, iniciamos imediatamente uma análise minuciosa dos fatos, em conjunto com a diretoria técnica da unidade. Nesse sentido, estamos estudando atentamente os relatórios médicos e demais informações pertinentes, a fim de compreender plenamente o que realmente ocorreu nesse lamentável episódio”, diz parte do texto.

A fundação comunicou, também, que autorizou a abertura de uma sindicância, publicada na edição do Diário Oficial Eletrônico do Município nesta terça-feira (27), “visando uma apuração rigorosa e justa”.

A instituição disse estar empenhada em esclarecer todas as circunstâncias que envolvem o caso. “Reafirmamos nosso comprometimento em manter a família informada sobre os desdobramentos da investigação, assim como os resultados obtidos por meio da sindicância. Buscaremos a máxima celeridade no processo, sem comprometer a qualidade da apuração.”

Por último, a Fundação Hospitalar de Feira de Santana informou estar “aberta ao diálogo e pronta para cooperar com as autoridades competentes”.

Fonte: Correios

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