Mães lutam por aprovação de projeto de lei para garantir qualidade de vida a crianças com microcefalia
Um grupo de mães de crianças com microcefalia realizou uma manifestação nesta sexta-feira (12), na Avenida Paralela, em Salvador, exigindo a aprovação do projeto de Lei n.º 6.064/23. Este projeto visa garantir uma pensão mensal vitalícia para crianças acometidas pela síndrome causada pelo zika vírus. O protesto, que ocorreu pela manhã, resultou no fechamento de quatro faixas da avenida, causando congestionamentos na região.
O Metro1 conversou com algumas das mães presentes na manifestação. Caroline dos Santos, mãe de Ruan, destacou a importância do protesto para chamar a atenção do governo sobre a aprovação do projeto de lei. “Nossa expectativa é que o protesto simbolize para o governo a importância da aprovação dessa lei e que a demanda seja levada ao presidente, como foi prometido. O maior desafio hoje é proporcionar qualidade de vida às nossas crianças, que necessitam de consultas médicas caras para várias especialidades. No sistema público, a espera é eterna”, afirmou Caroline.
Ela também ressaltou a importância do auxílio financeiro proposto pelo projeto de lei. “Esse auxílio vai proporcionar qualidade de vida para nossas crianças, pagar um plano de saúde, já que o SUS tem uma fila sem fim. Precisamos de próteses, cadeiras de rodas, e fórmulas nutricionais. Hoje, tenho que escolher entre a saúde do meu filho ou proporcionar lazer a ele, pois não consigo arcar com ambos. Uma bicicleta adaptada, por exemplo, custa cerca de 16 mil reais. Então, prefiro investir na saúde dele, porque esperar pelo SUS é cansativo e doloroso”, explicou a mãe de Ruan.
Flávia Driely, mãe de Denyelle, também expressou frustração e esperanças com o protesto. “O impacto que quisemos causar foi para que o projeto de lei seja aprovado e possamos dar uma melhor qualidade de vida aos nossos filhos. Hoje, contamos com a ajuda de parceiros e familiares, mas isso não é suficiente. Nossas crianças precisam de muitos cuidados, desde fisioterapia até aparelhos médicos. Esse valor ajudaria muito”, disse Driely. Ela acrescentou que a ajuda financeira possibilitaria contratar cuidadores e pagar por planos de saúde, aliviando a carga sobre as mães, que muitas vezes precisam abandonar suas carreiras para cuidar de seus filhos. “Escolhi ser mãe e não ser vítima de um mosquito ou de um governo ineficiente”, concluiu Driely.
Fonte: Metro1