O documento foi assinado no dia 25 de julho e publicado na edição de terça-feira (30) do Diário Oficial
O prefeito da cidade de Alagoinhas, Joaquim Belarmino Cardoso Neto, causou polêmica ao sancionar a Lei Nº 2.802/2024, que institui o “Dia Municipal da Consciência Humana”. O documento foi assinado no dia 25 de julho e publicado na edição de terça-feira (30) do Diário Oficial de Alagoinhas.
“Fica instituído no Município de Alagoinhas o Dia Municipal da Consciência Humana a ser comemorado, anualmente, no dia 10 de setembro”, diz o artigo 1º da Lei.
Na publicação consta ainda que a data fará parte do Calendário de Eventos do Município e que a lei entra em vigor na do dia de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Print da edição de 30 de julho de 2024 do Diário Oficial de Alagoinhas Crédito: Reprodução
“Desaforo”
A influenciadora e professora Bárbara Carine, que tem 487 mil seguidores no Instagram, teceu duras críticas à atitude do chefe do Executivo Municipal. “O prefeito amostradinho assinou a lei no dia 25 de julho. Veja só que desaforo! No dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha”, desabafou.
Segundo ela, isso é pensado como uma estratégia de depreciação, contenção e desconstrução da luta histórica dos movimentos sociais negros organizados, que conquistaram o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Ainda de acordo com Carine, quem mais quer consciência humana são as comunidades negra e indígena. “A gente sonha com a consciência humana de poder entrar em um shopping center sem ser seguido por um segurança, de entrar em uma loja sem ter nossa bolsa revistada e ter oportunidades no mercado de trabalho em grau de paridade com a branquitude”, disse.
Ela também destacou a necessidade dos negros e indígenas ocuparem os espaços de poder e acessar nas escolas as suas memórias potentes e potencializadoras. No entanto, ainda segundo Carine, até que esse dia chegue, a luta não deve ser deslegitimada. “A gente não vai dar paz a vocês que querem deslegitimar a nossa luta com conversinha fiada de consciência humana”, concluiu.
O CORREIO entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Alagoinhas para comentar o caso. Até a publicação desse texto, a entidade não havia respondido a reportagem. O espaço segue aberto para incluir o posicionamento da Prefeitura.
Assista ao vídeo de Bárbara Carine