A bióloga Letícia da Conceição Braga, de 51 anos, e Stephanie Braga Gonçalves da Silva, de 20, dividem a casa, o ‘sangue’ e o local de trabalho. Elas desenvolvem estudos relacionados a tratamentos oncológicos.
O olhar da mãe que observava cada movimento da bebê em 2002 é o mesmo que, 20 anos depois, vê a filha crescida, estudante de medicina, trabalhando no mesmo lugar que ela. Stephanie escolheu seguir carreira na ciência, mesmo caminho da mãe, Letícia, que é bióloga.
Mãe e filha desenvolvem estudos que buscam entender respostas do corpo humano ao tratamento oncológico no Instituto Mario Penna, em Belo Horizonte.
“Atuar na área oncológica foi uma decisão inspirada no trabalho da minha mãe, que é uma referência para mim, pessoal e profissional”, disse Stephanie Braga Gonçalves da Silva. Ela é estudante de medicina e estagiária no laboratório de anatomia patológica.
E não é só a filha que aprende com a mãe. A gerente de Pesquisa Letícia da Conceição Braga, de 51 anos, falou que, diariamente, aprende e se tornar uma gestora melhor trabalhando junto com a filha.
“Foi muito natural. Ela me via estudando, acompanhava minha área, e se inspirou. E, ao mesmo tempo, os filhos acabam sendo escola para gente, inclusive , no trabalho, vendo o comportamento dela, como ela lida com os outros, a forma como ela trabalha, a gente vai aprendendo com essa nova geração. É um alento ver minha filha no meio do expediente”, contou.
Letícia até tenta separar o trabalho e a vida pessoa, mas “mãe é mãe, né?”.
Mãe, filha e ciência
Uma das pesquisas feitas por mãe e filha é desenvolvida na área da genética – uma extensão do conhecimento científico que aborda o que é transmitido aos filhos e às próximas gerações pelos genes.
“Com o mapeamento genético é possível compreender o risco de doenças como o câncer e problemas do coração, ou até mesmo entender como cada corpo responde a um tratamento”, explicou a mais velha.
Letícia Braga diz que a genética é mais que uma ferramenta para entender a história familiar e o impacto dela sobre a vida humana.
Stephanie brinca e fala que a genética da mãe pelo amor à ciência pode ter sido passado para ela.
“Ela foi sim uma inspiração pra mim desde sempre. Eu a via comentando, estudando e fui tomando gosto, acho que fui ‘puxando’ isso dela”, disse a filha.
Fonte: G1