Comércio espera alta de até 20% nas vendas no Dia dos Namorados

Expectativa é de que a data movimente R$18 bilhões e leve 92 milhões de consumidores às compras

Os shoppings centers associados da Abrace devem vender em torno de R$ 200 milhões neste período, afirma Edson Piagio – Foto: Roberto Abreu | Divulgação

O amor está no ar. E é nessa atmosfera, repleta de suspiros apaixonados, que as expectativas do mercado também se elevam. Para os românticos, o Dia dos Namorados é sempre um momento oportuno para presentear quem se ama e neste 12 de junho, muitos casais apostam na sensibilidade para alegrar o coração da pessoa amada.

Segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP), a data deve movimentar cerca de R$18 bilhões neste ano, um aumento de 15% em relação a 2021, e levará 92 milhões de consumidores às compras em todo o país.

O valor estipulado só não será maior por conta do cenário econômico atual, marcado pela inflação, pela alta do dólar e pelos juros altos. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a movimentação financeira deverá ser semelhante ao ano de 2019 e mostra a recuperação do setor após a queda histórica registrada em 2020 por conta da pandemia, quando o setor movimento 21,5% a menos na comparação com o ano anterior.

De olho nessa recuperação e aquecimento do mercado, a advogada e empresária Carine Fontenelle, que trabalha no ramo de joias em prata, está se preparando para este que é considerado o terceiro período mais importante do varejo nacional, ficando atrás somente do Natal e Dia das Mães.

“O amor está em tudo! Está na arte, no olhar, na admiração, no desejo. E para aquecer os corações, criamos a coleção ‘Elo’. O novo trabalho da Acessórios Três Irmãs, foi idealizado especialmente para celebrar o amor, e compreende uma tríade formada por Conceito, Sintonia e Conexão”, disse Carine.

Coleção Elo é a aposta da Acessórios Três Irmãs para fisgar os casais apaixonados
Coleção Elo é a aposta da Acessórios Três Irmãs para fisgar os casais apaixonados | Foto: Amanda Caíres

A gestão do negócio é realizada pelas três irmãs que dão nome ao empreendimento. Carol, Ila e Carine Fontenelle, afirmaram ter herdado da mãe o espírito empreendedor e ter consolidado o negócio no âmbito familiar. Desde então, a principal renda das irmãs-sócias vem do lucro obtido com a empresa.

“Toda nossa estrutura é virtual. Meu quarto virou minha loja, é onde tudo acontece”, afirmou Carine que contou que a empresa, iniciada há 3 anos, surgiu com a ajuda de amigos e familiares. “Naquele momento vi que era algo que podia crescer, e com isso, comecei a investir”, pontuou.

Formada em administração, a confeiteira Nara Leite encontrou na culinária uma oportunidade para empreender, transformar sabor em arte e satisfazer os desejos dos seus clientes. No segmento há 5 anos, o seu principal foco é manter a confiança dos fregueses fiéis e conquistar novos consumidores.

“De uns anos pra cá, a confeitaria mudou muito, principalmente nesses dois últimos anos quando começou a pandemia. Como consequência da crise que estamos vivendo desde 2019, fatores como os altos índices de desemprego fizeram com que muitas pessoas precisassem de uma renda extra e a confeitaria acabou se tornando uma alternativa viável para muitos. Atualmente, o mercado está extremamente cheio”, afirmou.

Para atrair os apaixonados, a aposta da confeiteira está no fondue do amor, com creme de brigadeiro belga, frutas, brownie e sequilhos. “A ideia é que o nosso presente se encaixe com outras experiências, como: um jantar especial, uma saída, alguma viagem”, disse a confeiteira.

Estratégias para driblar os preços

O coordenador regional/Bahia, da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio, informou, em entrevista ao Portal A TARDE, que a expectativa do setor baiano para o Dia dos Namorados deste ano é de um aumento de 20% em relação às vendas no ano de  2021, e 8% em relação a 2019, ou seja, antes da pandemia.

Mesmo com a volta da inflação, a alta do dólar, os juros elevados e os altos índices de desemprego, os casais pretendem ir aos centros de compras, o que, segundo o coordenador poderá representar um crescimento de público de 21% e um gasto médio em torno de R$ 214,00.

“Os shoppings centers associados da Abrasce devem vender em torno de R$ 200 milhões neste período. A promessa é muito positiva para o varejo”,  conta Piaggio. “Os gêneros de produtos mais vendidos são perfumaria, joias e vestuário. Os shopping estão utilizando estratégias de marketing como promoções através de sorteios, compre e ganhe para atrair os clientes”, acrescentou.

As estratégias podem ser vitais para driblar a alta nos preços já que, de acordo com levantamento feito pela Federação do Comércio (Fecomércio-BA), os artigos mais procurados durante o período estão 16,88% mais caros em relação ao ano passado.

Os aumentos mais expressivos foram registrados na área de vestuário, onde um estilo de calça feminina registrou 45,31% de aumento e as camisetas masculinas alcançam 33,97% de aumento médio.

“Na área de calçados e acessórios, as variações também são expressivas, de 23,12% para bolsas e 21,04% para sapato feminino. Quem deseja comprar uma sandália ou chinelo, por exemplo, vai ter que pagar em média 16,13% a mais do que há um ano”, destacou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

Outros itens costumeiros dos casais também apresentaram alta, a exemplo dos produtos de maquiagem (19,42%) e produtos de pele (15,54%). De acordo com o relatório, artigos como perfumes, que subiu 7,46%, e computadores pessoais, que teve retração de 5,93%, podem ser boas alternativas para presentear o par.

“O problema é que os preços estavam muito elevados e, agora, começam a ser corrigidos. Ou seja, mesmo com a melhora, o consumidor vai pagar um preço alto”, pontuou.

Recalculando rotas

Se por um lado o cenário geral da pandemia impactou diretamente na economia do país, há quem tenha utilizado desse momento para repensar estratégias do negócio. Nara Leite admite que este período foi oportuno para alavancar vendas e se familiarizar com as diversas possibilidades a partir do formato online.

“Usei a pandemia para me reinventar e não posso negar que meu negócio cresceu bastante. Aumentei a equipe, o ritmo de produção e tive que comprar mais equipamentos. Atribuo este crescimento a uma percepção em enxergar a necessidade do cliente, como por exemplo a mudança do cardápio. Bolos grandes com dois e três andares, festas de casamento para muitas pessoas, nada disso funcionou nesse período. Criamos opções de produtos menores, sempre priorizando o serviço de pronta entrega”, disse.

A praticidade de poder comprar via celular acaba contribuindo muito para a escolha do presente, de acordo com enquete feita pelo jornal Estado de S.Paulo nesta semana. De acordo com o levantamento, 61% dos entrevistados que já haviam comprado presentes o fizeram de forma online e 61% dos 39% restantes pretendiam recorrer ao smartphone para adquirir um presente.

Algo corroborado por Carine Fontenelle. De acordo com ela, Apesar dos desafios relacionados à concorrência expressiva e da impossibilidade de experimentar as peças, hábito comum dos clientes e que ficou comprometida no modelo online, a advogada conclui que “o saldo é bastante positivo”.

“As vendas no formato online tem força e está se consolidando cada vez mais no mercado. O cliente gosta da praticidade. Abrir um site, escolher o produto e, após algumas horas, receber em sua residência é fantástico”, conclui.

Fonte: A Tarde

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