Assim como na campanha de 2018, presidente retoma discurso de que o PT, caso retome o poder federal, vai destruir a família
Sem resultados econômicos para apresentar ao eleitorado, o presidente Bolsonaro (PL), que busca novo mandato, retomou discurso de ódio contra as LGBT para atacar o seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT).
Durante encontro com evangélicos realizados nesta quarta-feira (13), em Imperatriz (MA), Bolsonaro adotou discurso homofóbico e transfóbico ao dialogar com as pessoas presentes no evento.
“O que nós queremos é que o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda. A Mariazinha seja Maria a vida toda, que constituam família, que seu caráter não seja deturpado em sala de aula”, disse Bolsonaro.
Além disso, Bolsonaro afirmou que o ex-presidente Lula, durante os seus governos (2002-10), tentou impor a “desconstrução da heteronormatividade”. O presidente também afirmou que o modelo de família que ele defende “é composto por homem, mulher e prole”.
O presidente também voltou a criticar a descriminalização do aborto e negou que tal assunto seja da esfera da saúde pública. “O que alguns querem para o nosso Brasil? Querem aprovar o aborto como se fosse a extração de um dente. Dizem que isso é questão de saúde e não uma questão de acreditar que a vida começa na concepção”, disse Bolsonaro.
Ódio às LGBTs é teme recorrente de Bolsonaro
A estratégia de utilizar o discurso de ódio contra a comunidade LGBT não é nova por parte de Bolsonaro. Na campanha de 2018, ele utilizou discurso semelhante ao afirmar que o então candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, se ganhasse ia obrigar os estudantes a mudarem de gênero e orientação sexual.
Outro delírio LGBTfóbico utilizado pela campanha de redes do então candidato Bolsonaro, foi a famigerada “mamadeira de piroca”, mamadeira que tinha um bico em formato de pênis. Essa fake news, que se espalhou como rastilho de pólvora, afirmava que tal objeto inexistente seria entregue nas escolas caso Haddad se tornasse presidente.
Brasil sem homofobia
As gestões federais de Lula (2002-10) e de Dilma Rousseff (2010-16) foram um marco no que diz respeito às políticas públicas LGBT e de combate à homofobia.
Durante os governos petistas foi criado o programa Brasil Sem Homofobia, que funcionava de maneira de interministerial e que, posteriormente, deu lugar à Coordenação Nacional de Políticas LGBT.
Também foi durante os governos de Lula e Dilma que foram realizadas as conferências nacionais LGBT, um marco na política brasileira. Cabe destacar que na I Conferência Nacional, em 2008, o ex-presidente Lula discursou na abertura do encontro.
Fonte: Revista