O casal tem mais três filhos, de 7, 5 e 2 anos, todos sem registros de nascimento
O bebê Miguel Santos Silva, que nasceu dentro de um ônibus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi retirado da família dois dias depois e levado para um abrigo por determinação da Justiça. Camila, a mãe da criança, contou que foi obrigada a entregar o bebê na última quarta-feira (18), ainda na maternidade. Desde então ela não tem mais nenhuma informação.
“Tomaram meu filho, eu não sei onde ele está. Eu não tenho papel, eles não me deram nem xerox do papel de nascido vivo. Eu tô destruída, lembro do meu filho toda hora, ouço o choro dele. Eu não aceito! Queria ajuda de um advogado, alguém que pudesse me ajudar”, pede a mãe.
De acordo com reportagem do g1, os pais de Miguel, Camila e Wagner, moram na comunidade do Tirol, na Freguesia, também na Zona Oeste. Desempregados, o casal tem mais três filhos, de 7, 5 e 2 anos, todos sem registros de nascimento.
A ausência do documento impede elas de terem acesso a alguns direitos, como estudar. Segundo os pais, o Conselho Tutelar havia procurado a família, há cerca de três anos, para exigir a regularização da família.
“Se eu parasse para ir tirar o documento, ia faltar o almoço, a janta. Então eu escolhi o alimento à minha família. Eu vou correr atrás, eu não vou deixar minha família com fome”, explicou Wagner, que também ficou sem documentos após um incêndio.
Em entrevista ao site, especialistas afirmaram que uma criança só é retirada dos pais em casos excepcionalíssimos.
A reportagem ressalta ainda que a Secretaria Municipal de Saúde informou que comunicou ao Conselho Tutelar o fato de três filhos do casal não possuírem registro civil, não estarem vacinados nem matriculados em escolas.
A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) afirmou que o Conselho Tutelar da Taquara acolheu o bebê por determinação da Justiça.
Procurado, o Tribunal de Justiça não divulgou informações porque o caso envolve menores de idade e o processo corre em segredo de justiça.
O caso
Camila deu à luz dentro de um ônibus na última segunda-feira (16). Uma estudante do curso de técnico em enfermagem ajudou no parto. Wagner, o pai da criança, passar mal no meio da confusão e chegou até a desmaiar.
Fonte: Estado da Bahia