Os números do relatório ‘Elas vivem: dados que não se calam’ evidenciam um aumento de mais de 50% em comparação com o ano passado
Os números do relatório ‘Elas vivem: dados que não se calam’ foram divulgados, nesta segunda-feira (6), pela Rede de Observatórios da Segurança. Conforme o documento, o estado da Bahia é indicado como líder no número de casos de feminicídio na região Nordeste. Os dados também garantem que houve um aumento de 58% em relação ao ano anterior.
No recorte mais amplo, os dados sobre violência contra mulher foram colhidos do monitoramento realizado de um ano em sete estados que são assistidos: Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Piauí. Somente no último ano, cerca de 2.424 casos violentos foram diagnosticados. Em resumo, a cada quatro horas ao menos uma mulher foi vítima de violência.
O quadro de casos registrados demarca 495 feminicídios, o que representa que uma mulher morre por ser mulher a cada dia. Palco da maior população brasileira, São Paulo tem 989 desses – um a cada dez horas. Exemplo desses casos foi o da jovem sequestrada pelo ex-namorado que tatuou o seu nome na vítima.
Ainda assim, a Bahia é o estado com a maior taxa de crescimento em relação ao último boletim – uma variação de 58%, com ao menos um caso por dia. Além de ser o primeiro em feminicídios do Nordeste com 91 registros.
“Existe a necessidade de que todas as pessoas tenham um conhecimento social sobre essas questões para que a gente possa transformar esses números que aumentam a cada ano”, explica a pesquisadora baiana Larissa Neves.
De modo geral, a maior parte dos registros nos sete estados tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. Eles são os responsáveis por aproximadamente 75% dos casos de feminicídio. Nesse sentido, as principais razões são brigas e términos de relacionamento.
Nordeste
Na segunda colocação no Nordeste nos casos de violência contra a mulher está o estado de Pernambuco, que possui 225 – com pelo menos um caso a cada dois dias. O estado também liderou os números de transfeminicídios – posição ocupada pelo Ceará nos últimos dois anos.
Já as mulheres cearenses enfrentaram um aumento de casos de violência sexual. O número passou de 17 para 31 casos. Já o estado do Piauí registrou 48 casos de feminicídios.
Por fim, o Maranhão é o segundo estado do Nordeste em agressões e tentativas de feminicídio. Acima de tudo, os maranhenses registram um caso de violência contra a mulher a cada 54h.
Classificação Indicativa: Livre