Professor de Português contou que começou a mudar os hábitos em março de 2020, após apresentar exames de sangue que tinha feito a um médico gastroenterologista. Desde então, passou a fazer dieta e correr no bairro em que mora.
O professor de Língua Portuguesa, Bruno de Jesus Espírito Santo, de 23 anos, transformou a vida dele durante o período de pandemia do novo coronavírus. Morador do Parque São Cristóvão, em Salvador, o baiano que pesava 100 kg há sete meses, perdeu 30 kg fazendo dieta e correndo uma hora e meia por dia.
Em entrevista ao G1, Bruno Espírito Santos, formado na Universidade Federal da Bahia (Ufba) em 2017 e doutorando em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, contou que desde criança sofria com obesidade grau II e que os exames de sangue que ele fazia sempre mostraram alterações nos índices de colesterol, açúcar e gordura no fígado.
“Chegar nesse resultado foi muito satisfatório, porque eu corri atrás. Não tinha dinheiro para pagar academia e também estava tudo fechado, então busquei outras formas. Estou muito realizado”, disse.
O baiano contou que começou a mudar os hábitos em março de 2020, após apresentar os exames de sangue que tinha feito a um médico gastroenterologista.
“Quando apresentei ele disse: ‘Bruno, você está a beira do abismo, se continuar a sua vida desse jeito, se alimentando de forma errada e sedentário, você se tornará uma pessoa com várias doenças logo logo'”, contou.
Três meses depois, Bruno de Jesus começou um tratamento com a nutricionista indicada pelo médico. Ele também passou por um acompanhamento com o psicológico.
“Olhava para a dieta e dizia que eu não ia conseguir. Mas eu me preocupava muito com a chegada do novo vírus, que eu poderia não resistir. Passei a correr 1h30, todos os dias, no meu bairro”.
“Fiz uma consulta com uma nutricionista, ela não me cobrou muito caro. Eu não tinha dinheiro para pagar academia, por causa do desemprego causado pela pandemia”, lembrou.
Bruno de Jesus contou que o maior desafio foi reduzir a quantidade de doces que ele comia.
“Eu contei para a minha nutricionista que eu era apaixonado por doces. Aí ela sempre passava um morango, uma uva. Eu chegava a sonhar com doces e acordava sentindo o gosto do alimento na boca”, contou o professor.
“Minha mãe passou por algumas coisas comigo nesse período. Quando ela fazia um bolo ou outro doce em casa, eu ficava descontrolado, dava vontade de quebrar as paredes de casa”.
Bullying na infância
“Eu nunca acreditei que eu tinha força para mudar o meu destino, nunca acreditei que eu poderia me tornar uma pessoa saudável”, contou Bruno de Jesus.
O baiano disse que sempre se sentiu ignorado pelos amigos na escola. Que ele também não se sentia bonito, atraente e tinha vergonha se sair na rua.
Bruno também relatou ter tido dificuldades para se relacionar na adolescência.
“Era uma situação difícil, porque eu nunca era chamado para sair com meus colegas. Eu não fazia parte dos grupos padrões que tinham na escola e isso foi me deixando triste”.
Satisfação
Fonte: G1